- MARIA APARECIDA DE OLIVEIRA MONTENEGRO-
Nasci na periferia da zona leste de São Paulo, minha infância foi simples, porém completa. Minhas oportunidades de viver uma infância livre, foram inúmeras. Brinquei de pega pega, esconde esconde, amarelinha, pulei corda, brinquei com barro, galhos, insetos, brinquei com objetos utilizados por adultos como bolsa, salto alto, brinquei de banco, supermercado, brinquei de ser mãe, professora, filha, aluna, brinquei de ser rica e de ser pobre, brinquei de ser polícia, bandido, brinquei de passar anel, de rodas, de lencinho branco que hoje aprendi que há uma variação para corre cotia. Brinquei de escalar, de fazer comida, de voar e até nadar, brinquei de ser invisível, brinquei até com as nuvens (vamos formar bichos?).
Na idade média as crianças não participavam ativamente da sociedade, pois não gerava qualquer benefício a ela, entretanto os filhos dos nobres eram tratados como mini adultos, eram estimulados desde cedo para se tornar alguém no futuro, e assim sua infância era negligenciada.
Ainda é possível ouvir em muitos lares: Você só vai brincar depois que terminar a lição de casa. Agora imagina o efeito desta frase dentro de uma criança. O brincar se torna algo banal e o ler e escrever de maneira formal é apenas o que é considerado como importante. E quando as notas não estão boas e o castigo é deixar de brincar... que tristeza. Mal sabe este (ir)responsável o quanto o brincar é importante para o desenvolvimento.
Passávamos em torno de 5 horas dentro da escola, e deste longo período, o que mais nos interessavam eram aqueles 15 minutos de intervalo, completamente vigiado... Se correr no pátio vai para diretoria. Meu Deus, mas nem no período que eu deveria, eu posso? Que vida chata, que escola chata. Refletindo hoje, será que este é um grande motivo para evasão? É triste pensar que o que deveria ser o ápice da motivação se tornou algo tão insignificante. Se tornou o motivo do desmotivo.
Criança com algum tipo de deficiência era raro, não me lembro de ter topado com uma criança com algum tipo de limitação seja ela física ou intelectual. Me recordo de uma sala onde eles viviam isolados, quase como animais, não participavam do mesmo intervalo, não partilhavam da mesma experiência que nós, na verdade não sabíamos nem se eles eram ensinados ou se estavam ali apenas para matar o tempo. Uma situação tão bizarra que na nossa cabeça de criança gerava até um medo e muitos questionamentos. Será que são agressivos? Hoje me pergunto, será que sabem viver em sociedade já que foram excluídos? Triste passado, em que poderia ter ensinado ou aprendido, mas o único aprendizado naquele período era de eles não podiam viver em sociedade. Parques, praças ou em qualquer outro lugar que poderíamos ver uma criança, não as encontrava. Foram privados e impedidos de ter uma infância feliz. Ou talvez não, já que nossa sociedade é tão limitada com este tipo de pensamento de que eles deveriam ser isolados, talvez eles é que tenham sorte de não conviver conosco.
Onde eu morava havia um terreno bem grande na parte de trás do prédio que por muitos anos foi meu lazer e minha oportunidade de conhecer circos e parques. Nossa vida financeira era bem limitada então tínhamos poucas oportunidades de sair do nosso ambiente, então era uma grande refúgio.
A brincadeira já iniciava na apreciação da montagem do circo, na observação de como era vida de quem morava nele. Através destes momentos a imaginação ia longe e as brincadeiras se tornavam mais ricas e variadas. E quando ganhávamos ingressos, éramos alegria pura. O coração até acelerava e ficava até um gostinho de quem sabe um dia fugir com o circo.(hahaha) Bons tempos.
Uma lembrança que tenho bem viva de brincadeiras era no prézinho. Adorava brincar no trepa-trepa e no escorregador. Lembro sempre da minha mãe reclamando dos roxos nas pernas que sempre vinham sem qualquer explicação...
- Como você se machuca e não sabe como?
A única coisa que podia garantir era a diversão.
- Vamos brincar de empinar sacolinha? Ou talvez transformá-las em um elevador de bonecas ou outros brinquedos?
- A tv pode esperar!
Isso me faz refletir sobre a atual situação das crianças, onde os eletrônicos são as unidas e limitadas opções. Onde o barulho lá de fora não chama a atenção, até porque quem deveria estar do lado de fora também está do lado de dentro limitado a uma tela, que não encanta pelo tamanho, mas sim pelas possibilidades.
O primeiro celular da casa, acho que já era adolescente, ele era azul com branco, nada de tela toutch, aliás nem conhecia esta palavra. Buscando na memória a marca era siemens. Qual era a utilidade daquele celular, se não jogar o jogo da cobrinha? Não conhecia ninguém que tivesse celular e mesmo que conhecesse, o valor da ligação ou da mensagem eram tão caras que não era possível de utilizar. Mas isso jamais foi um problema, por que não inserí-lo na brincadeira? Brincar de ser alguém importante?
O celular era uma diversão figurativa, fazia parte do cenário, jamais seria o protagonista de uma brincadeira ou situação.
O brincar também era uma oportunidade não percebida de aprendizagem. Me lembro da brincadeira STOP que na época chamávamos de uestop (rs). O importante era se divertir, mas hoje analisando, como apendi. Cor com a letra A? Sem dúvida alguma: Amarrom! Triste forma de descobrir que amarrom na verdade seria útil na vez da letra M.
Jogo da velha, como era difícil de compreender a lógica? Mas descobri que as possibilidades aumentavam quando jogava no meio. Probabilidade...
Dominó... meu pai era fera no dominó, tinha até troféu de melhor jogador. Era motivo de orgulho. Mas aprendi sozinha que o segredo estava na contagem das peças.
Buraco... batia quem conseguia descer todas as cartas. Desta forma concluía que o importante era descartar para ficar com menos cartas na mão possível.
Embora em alguns momentos conseguia bater, depois de muitas derrotas descobri que quanto menos cartas, menor era a possibilidade de formar jogos.
Jogos, jogos, jogos... como era difícil perder... grarrrr... Quem gosta de perder?
Rivalidade se resolve no jogo, prédio, contra prédio, 61 contra 71. Cadeiras como gol, vassoura como se fosse um bastão ou talvez pernas já que o nome do jogo era futebol de vassouras. As mães piravam! (rs). Corremos, caímos, batemos, apanhamos, inventamos música, os vizinhos viraram espectadores, gritavam, cantavam junto, mas perdermos, que decepção. Apenas naquele momento, pois as lembranças são maravilhosas. E assim as perdas também nos ensinaram que na vida infelizmente nem sempre se ganha, mas nos ensinou como lidar com o triste momento da derrota. Triste, triste sim. E aprendemos a nos expressar, aprendemos que homem chora e que também podemos chorar, embora em diversas situações o choro foi reprimido, engolido a seco e com um gosto bem amargo. Até hoje tenho dificuldade de chorar.
- Você tem que ser forte!
- Já vai chorar de novo?
- Chorona!
Quanta crueldade, e hoje eu só queria chorar. Mas ele foi tão reprimido, que mesmo que tenha todos motivos do mundo ele sai de maneira reprimida. Já ouviu dizer no oprimido que virou opressor? Hoje tento fazer um balanço de tudo o que vivi, e em muitas situações me pego reproduzindo aquilo que mais me machucou, me pego não enxergando a importância de cada brincadeira, de cada fase que passei. As vezes (principalmente quando se é responsável por um grupo grande de crianças) me pego reprimindo atitudes que pode ser a único escape da criança.
O ciclo se torna vicioso e diariamente tenho que me policiar para que possa ser quem junta e não quem espalha. Reviver a infância é uma excelente oportunidade de reflexão do que fomos, do que queríamos ser, do que nos tornamos e do queremos ser em um futuro próximo. Observar e praticar a empatia, fechar os olhos e se ver como uma criança, ou até mesmo como gostaríamos de ser tratados e cuidados como adultos. Esses dias vi em uma postagem dizendo que o nosso terapeuta era o chinelo, que naquela época não precisávamos de psicólogo porque tudo se resolvia com uma surra. Mas hoje enxergo o não fazer por medo de errar. Nós não podemos errar! O não fazer por medo do não. O crítico, porque isso é ser adulto. Foi maravilhoso fazer essa reflexão e poder deixar para trás preconceitos, julgamentos e medos. Poder enxergar e valorizar o poder do brincar e o fundamental papel do mediador.
O brincar depois do curso
O que foi nossa primeira aula? Um grande soco no estomago, um tapa na cara. Como me senti pequena e fútil. As vezes a gente imagina que sabe tanto e quando fazemos uma análise, vemos que ainda temos muito a aprender.
O brincar não é brincadeira, o brincar é um ato de estrema importância para o nosso desenvolvimento. Através do brincar conseguimos assimilar o que somos ou podemos ser neste mundo. Através do brincar que a criança se descobre parte de uma sociedade e de que maneira conviver com ela. O brincar torna a criança um ser reflexivo, capaz de errar inúmeras vezes até que se encontre o resultado desejado, embora essa não seja a preocupação da criança. O brincar é um ato orgânico, tão natural quanto acordar ou respirar.
Por muitas vezes o mediador da brincadeira busca o envolvimento da criança para um aprendizado específico, limitando a capacidade e o direito de vivenciar uma infância sem cobranças. O brincar precisa ser cuidado, mas desenvolvido de maneira leve, respeitando a individualidade de cada ser e suas fases de desenvolvimento.
Por muito tempo acreditou-se que o importante era manter um bebê, seguro, limpo e bem alimentado, entretanto após muitos estudos descobriu-se que as experiências vividas na primeira infância são fundamentais na formação do ser humano. O que se aprende durante este período pode deixar marcar para toda vida. Quando o bebê nasce seu cérebro, apresenta 25% do peso de um cérebro adulto. Na faixa dos três e quatro anos de idade, o cérebro da criança já alcançou 80% do tamanho do cérebro do adulto, e aos seis anos de idade, já tem 90% do peso de um cérebro adulto. Ou seja, boa parte do que é vivenciado pela criança neste período fará parte de sua personalidade quando adulto. Embora a criança necessite de ajuda para realização de diversas atividades jamais devemos trata-la com um ser apenas receptor. A criança nunca será apenas uma folha em branco aguardando para ser preenchida e sim parte principal e integrante de uma brincadeira ou vivencia social.
Embora não fuja de sua realidade o seu significado vai muito além destas limitadas palavras.
Através do brincar a criança aprende a se comunicar consigo e com o outro, a criança pode desenvolver capacidades importantes como a atenção, memória, imaginação, aprende a lidar com suas emoções, desenvolve capacidades motoras, criatividade e inúmeras habilidades.
Para que o brincar aconteça de maneira significativa e prazerosa precisamos pensar em possibilidades e uma delas é o brincar ao ar livre.
Segundo o Programa criança e Natureza e Sociedade Brasileira de Pediatria (2019), o contato com a natureza melhora todos os marcos mais importantes de uma infância saudável – imunidade, memória, sono, capacidade de aprendizado, sociabilidade, capacidade física – e contribuiu significativamente para o bem estar integral das crianças e jovens. As evidências apontam que os benefícios são mútuos: assim como as crianças e adolescentes precisam da natureza, a natureza precisa das crianças e jovens.
Embora hoje em dia seja cada vez mais difícil retirar as crianças de dentro de casa por inúmeros motivos, esta prática é extremamente benéfica ao desenvolvimento da criança, o brincar ao ar livre proporciona o contato com o que somos, com possibilidades ilimitadas, já que a nossa capacidade de criação será posta a jogo. Com tantas possibilidades as pessoas envolvidas na brincadeira, desenvolverá sua capacidade de interação e utilizara os recursos do seu corpo mais intensamente, bem como suas capacidades intelectuais. Além de proporcionar grandes benefícios a saúde, reduzindo os sintomas de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, do estresse e da obesidade infantil.
Devemos pensar em possiblidades de brincadeiras que envolvam todo o nosso grupo, visando a igualdade. Segundo o IBGE (2010) da população brasileira, 7,3% das pessoas possuem algum tipo de deficiência e infelizmente o preconceito diariamente precisa ser combatido. Brinquedos e brincadeiras devem ser adaptados de acordo com a necessidade do grupo e o ideal é que haja o engajamento de todos para que sua aplicação seja envolvente e significativa a todos os participantes.
Um dos recursos que podemos utilizar para envolver as crianças é a música. Musicalizar significa desenvolver o senso musical das crianças, com sensibilidade, expressão, ritmo, “ouvido musical”, sonoro. O processo de musicalização tem como objetivo fazer com que a criança se torne um ouvinte sensível de música, com amplo universo sonoro (Oliveira, 2001, p. 99).
A música possui uma grande capacidade de envolver e sensibilizar as pessoas. Através dela podemos alcançar diversos objetivos, principalmente o que diz respeito expressão do indivíduo. A música é capaz de envolver e até curar.
Oficinas de contação de histórias também é extremamente rico para o desenvolvimento da criança. Inúmeras pesquisas comprovam o benefício da leitura para o desenvolvimento do cérebro, ela chega a ser comparada a ginastica que aumenta as conexões neurais. Outra habilidade que desenvolvemos é a criatividade. Com informações diversificadas o cérebro se vê diante de várias possibilidades e permite que sua imaginação vá além do que já vivenciamos, nossa imaginação cria cenários e possibilidades além de melhorar a leitura e a escrita. E a contação de histórias de maneira lúdica permite que a criança viva em mundos desconhecidos e as vezes inabitáveis.
As histórias incitam o senso crítico. Nós ficamos mais antenados com o mundo e não aceitamos mais qualquer informação, a leitura nos permite viver e julgar situações que jamais passaríamos na vida real, nos mostra que em diversas situações as histórias possuem dois lados e o peso dela.
A leitura nos provoca a empatia. Muitas vezes deixamos de praticar pela incapacidade de enxergar sentimentos de outra parte, porém as histórias nos sensibilizam, nos faz enxergar o outro como um ser de emoções e sentimentos.
Desta forma a contação de histórias é meio lúdico que nos faz evoluir como seres humanos e por isso sempre deve ser pensado com apreço.
O que podemos analisar sobre a dança no desenvolvimento do indivíduo.
A criança transforma em símbolos aquilo que pode experimentar corporalmente e o pensamento se constrói, primeiramente, sob a forma de ação. Ela precisa agir para compreender e expressar significados presentes no contexto histórico-cultural em que se encontra. (Garanhani, 2004, p. 40). Desde o ventre da mãe o movimento e um dos meios de comunicação entre os dois seres, através de seus movimentos a mãe é capaz de perceber se está tudo bem com o bebê ou a evolução de suas necessidades. Após o nascimento seus movimentos continuam demonstrando significados para decodificação de um dialeto particular e natural do ser humano, e no decorrer de toda sua vida suas expressões corporais será um de seus meios de comunicação mais eficazes.
O raciocínio lógico acompanhará toda a vida de um indivíduo e em muitas situações o diferenciará por suas capacidades e habilidades.
Brincar é colocar a imaginação em ação. O jogo traz um desafio para o desenvolvimento humano, um desafio saudável que nos faz sair de nossa zona de conforto e nos obriga a raciocinar e encontrar a lógica do que é proposto e muitas vezes do que é a vida. Embora o jogo sempre haja um objetivo final, o mediador deste momento deve conduzi-lo de maneira que os envolvidos raciocinem e criem suas próprias estratégias para chegar a um resultado, porém e este seja sem cobrança e respeitando a individualidade.
No jogo a criança passa a compreender a importância das regras e os desafios de conviver em sociedade e respeitar as regras dos outros. O jogo é capaz também de desenvolver a auto estima e o auto controle.
E nos dias de hoje como falar em jogos e brincar sem pensar em tecnologia? A vida eletrônica em diversos contextos ou tem sido supervalorizada ou endemoniada. Porém como podemos agregá-la de forma que ela seja uma aliada e não inimiga? Convenhamos que a tecnologia muitos nos facilitou a vida, nos colocando conectados com todo o mundo e informação, porém em excessividade o efeito pode ser catastrófico.
Para a terapeuta canadense Cris Rowan, o uso excessivo de tecnologia por menores de 12 anos pode ter relação com déficit de atenção, atrasos cognitivos, dificuldades de aprendizagem, impulsividade e problemas em lidar com sentimentos como a raiva.
A tecnologia trás tantas informações e estímulos que muitas vezes nós adultos não somos capazes de assimilar, agora imagina, toda a informação que é lançada à frente da criança. A tecnologia deve ser utilizada como um recurso facilitador que veio para somar e não nos limitar de vivenciar outras experiências. Embora prejudicial em diversos momentos, ela pode nos impulsionar a obter experiências significativas que contribuíram para o nosso desenvolvimento.
O brincar muitas vezes é o porto seguro para nós seres humanos. Através dele podemos ser o que sonhamos, podemos compartilhar momentos e experiências, aprendemos a respeitar os outros indivíduos, aprendemos a cooperar e inclusive a sermos mais humanos. Aprendemos a controlar emoções e a conviver em sociedade.
Como agente do brincar desejo que o brincar seja levado a sério, que seja parte do nosso dia a dia, de maneira leve porém arrebatador. Que nenhum ser perca este direito, seja criança, adolescente, adulto ou idoso. Esta experiência me fez retornar ao passado e compreender muita coisa, me rejuvenesceu e me amadureceu sobre diversos conceitos e o principal deles é de que o aprender deve sempre fazer parte da nossa jornada independente da idade ou formação.
Bibliografia
https://www.tempojunto.com/2017/03/11/importancia-do-brincar-o-papel-da-brincadeira-na-inclusao-de-criancas-com-deficiencia/
https://revistacrescer.globo.com/Brincar-e-preciso/noticia/2015/03/importancia-do-brincar-11-motivos-para-seu-filho-se-divertir-muito.html
Oliveira, D. A. (2011). Musicalização na educação infantil. ETD – Educação Temática Digital, Campinas, v.3, n.1, p.98-108, dez.
https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/estante/4-beneficios-que-a-leitura-traz-para-o-cerebro-e-para-a-vida/
GARANHANI, Marynelma Camargo. Concepções e práticas pedagógicas de educadoras da pequena infância: os saberes sobre o movimento corporal da criança. PUC/SP. Dissertação de Mestrado, 2004.
https://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacao-escolar/jogos-brincadeiras-no-processo-aprendizagem.htm
https://novaescola.org.br/conteudo/17848/qual-o-lugar-do-brincar-frente-ao-fascinio-da-tecnologia
https://novaescola.org.br/conteudo/17848/qual-o-lugar-do-brincar-frente-ao-fascinio-da-tecnologia
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