- Beatriz San Martin Soto -
Nos tempos antigos, as sociedades cultivavam as belezas físicas, por ser assim, desta forma, as crianças que possuíam algum tipo de anomalia, eram abandonadas ou deixadas para morrerem de fome, ou se tornariam "bobos da corte". Com o passar dos anos, esses tipos de visões foram se modificando, gerando assim, depois de muito tempo, mais aceitação por parte de todos da sociedade.
Como sabemos, existem diversos tipos de deficiências e o nascimento de uma criança com algum tipo delas gera uma grande mudança na família desta criança. Algumas famílias não aceitam essa situação e se fecham, o que é muito negativo para a criança, que deverá ser incluída e estimulada. Segundo Moira Sampaio Rocha, para o Manual de Formação de Autodefensores da APAE:
"Todas as habilidades que aprendemos durante a infância constituem o alicerce para a sólida formação da autogestão. O desenvolvimento das habilidades de linguagem, socialização, motricidade, habilidades afetivas e cognitivas aprendidas na infância são as primeiras oportunidades dadas à criança para o desenvolvimento de instrumentais para conhecer a si mesma, conhecer o ambiente, interagir, escolher, aprender sobre limites e modificar a si e o meio que a circunda".
Os bebês que possuem algum tipo de deficiência, não possuem muita interação com os adultos, que devem entender que mesmo com a pouca interação, é fundamental essa interação e estímulo, já que irá levar a um desenvolvimento do cérebro.
Para essa estimulação é possível cantar, colocar o bebê em diferentes posições, conversar, colocar objetos sonoros perto do bebê e etc. Conforme o crescimento da criança é possível incluir diferentes ações, como dar bebidas em copinhos, entregar comidas, estimular a criança a levantar, estimular a fala e etc.
É muito importante saber exatamente o tipo de deficiência da criança, pois cada uma delas possui um tipo diferente de dificuldade, como crianças com síndrome de Down que possuem hipotonia, sendo necessário estimular a sua musculatura, ou crianças com paralisia cerebral que tem deficiência motora nos membros superiores e inferiores e assim por diante. Desta forma, isto também é importante para se criar brinquedos e objetos que ajudaram nas estimulações.
Como o custo de alguns dos objetos que são usados para essas estimulações possuem um custo muito alto, é possível criar objetos que serão de baixo custo e terão a mesma finalidade. É isso o que vimos com Dafne Herrero, que criou facilitadores que estimulam a adequação postural da criança, como a cadeira e o púlpito, ambos de papelão, que irão ajudar na coordenação motora para manter a coluna e as pernas das crianças eretas.
Alguns brinquedos podem ser feitos em casa, com materiais recicláveis, como um chocalho, que irá fazer vibrações podendo ser utilizado por crianças surdas, ou objetos que possuam uma textura suave e ajudará crianças cegas, etc.
Desta forma, vemos como o estímulo e interações são super importantes para o desenvolvimento por completo das crianças, concordando com o que Moira Sampaio Rocha diz, mais uma vez no Manual de formação de Autodefensores da APAE, que
"o desenvolvimento do cérebro de uma criança depende de como ela se alimenta, da quantidade e qualidade dos estímulos que ela recebe e da qualidade das trocas afetivas que ela estabelece com as pessoas". (p.34)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ROCHA, Moira Sampaio. Manual de Formação de Autodefensores. Nada sobre nós, sem nós. Federação das APAEs do Estado de Minas Gerais Pará de Minas, 2007.
REGEN, Mina. Brincar na comunidade inclusiva. Guia do Agente do Brincar. São Paulo, 2013.
HERRERO, Dafne. Os adequadores posturais de baixo custo como facilitadores do desenvolvimento infantil e inclusão escolar. Mini apostila – PDF. São Paulo, 2018.
REGEN, Mina. O brincar na comunidade inclusiva. Mini apostila – PDF. São Paulo, 2018.
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