- Daissy Rodriguez Bedoya -
Com a provocação de ocupar espaços geralmente mais contemplativos, com jogos e brincadeiras, surgem um grande número de ideias, desejos, propostas e rebeldias ocultas. Muitas vezes, o silêncio destes espaços, as regras de comportamento, as proibições de aproximação, toque, expressão, obrigam as pessoas a ter uma atitude mais contemplativa do que ativa e/ou participativa. Está claro que o conhecimento pode vir de várias formas, mas a pratica e interação ativa regiões do cérebro necessárias para o aprendizado ou para marcar fortemente experiencias, onde possam ser geradas conexões neuronais. Também sabemos que o brincar, é uma ferramenta que permite o desenvolvimento motor, sensorial, cognitivo, entre outros. Sendo assim, vemos nesta proposta, ou melhor, nesta provocação, como nós, agentes do brincar, podemos repensar ações em alguns espaços onde seja possível uma maior interação, possibilitar experiências, criar memorias de uma forma mais forte e vívida, seja quais sejam os objetivos, desde o pedagógico até desenvolvimento social, político, motoro, entre outros.
PRIMEIRA VISITA. MUSEU DA INDEPENDÊNCIA - REGISTRO – “PERFORMANCE - OBRA DE ARTE”
PROJETO-OBRA: PATA COJA (pé manco, em tradução livre do espanhol ao português) O jogo da amarelinha é uma brincadeira muito antiga, tendo registros desde o século XVII. Acredita-se que representa a passagem do homem pela terra, para depois chegar ao céu, quadro localizado ao final do desenho. O jogo consiste em pular sobre um desenho riscado no chão, contendo quadrados e retângulos com os números do 1 ao 10 e no final, de forma ovalada, encontra-se o céu. Se atira uma pedra, preferivelmente lisa, ou tampinha. Uma das versões do desenho, se mostra a continuação:
Versão da amarelinha. I Regras do jogo 1: • Tira-se na sorte quem vai começar. • Cada jogador joga uma pedrinha ou tampinha, inicialmente na casa de número 1, devendo acertá-la em seus limites. Em seguida pula, em um pé só nas casas isoladas e com os dois pés nas casas duplas, evitando a que contém a pedrinha. • Chegando ao céu, pisa com os dois pés e retorna pulando da mesma forma até as casas 2-3, de onde o jogador precisa apanhar a pedrinha do chão, sem perder o equilíbrio, e pular de volta ao ponto de partida. Não cometendo erros, joga a pedrinha na casa 2 e sucessivas, repetindo todo processo. Perde a vez quem:
• Pisar nas linhas do jogo • Pisar na casa onde está a pedrinha • Não acertar a pedrinha na casa onde ela deve cair • Não conseguir (ou esquecer) de pegar a pedrinha de volta • Ganha quem terminar de pular todas as casas primeiro.
PROPOSTA: Através desta brincadeira, o que se pretende é ativar o público e possibilitá-lo a repensar o espaço que está transitando, a questionar o que está sendo observado, que a través do movimento e da pausa, da troca, e do diálogo, possa ser ativada a memória, a empatia, o respeito, novas ideias, e porque não, ajudar a criar melhores pessoas para um mundo melhor. Alguns números do desenho foram trocados pelas seguintes frases: fechado, sem acesso, sem memória, sem cultura, sem educação, sem estrutura. E finaliza com o neologismo: Mu-céu. O desenho está feito na frente porta do Museu da Independência, fechado desde o 2013 com previsão de apertura para o ano 2022. A pedra, elemento usado para iniciar a brincadeira, estava amarrada a uma bexiga com hélio.
DEPOIMENTOS DE ALGUMAS PESSOAS PARTICIPANTES:
“...UAI, os direitos da gente sendo ceifados... eu vejo ali: Sem memória, vocês me fizeram resgatar uma memória que tava adormecida, e aos poucos eu fui relembrando, eu fui ativando essa memória, então achei muito interessante. O que mais me chamou a atenção foi essa questão da sem memória, sem cultura, porque vai se perdendo, né? ...Ah mu-céu. A gente estava em dúvida: será que está fechado porque hoje é domingo o porquê tá tudo fechado... ...É uma pena que pessoas que vem de longe perdem... porque se ativa a memória, reflete, sobre tudo o que aconteceu nos dias atuais por causa do passado, né? Projeta para o futuro...” Mulher, 55 aproximadamente, do estado de MG.
“...Eu vim aqui há uns 10 anos atrás, eu cheguei a passar la, lá dentro é muito bonito, tem uma escadaria que sobe e depois abre... e tinha muita obra de arte aí. Mas tem que abrir, porque... é memória...” Mulher, 25 aproximadamente, do estado de MG.
*** COMO SURGE O PROJETO: A brincadeira de “ser artista por um dia” é um convite para que qualquer pessoa possa se expressar, por diferentes linguagens artísticas, parte de todo o conteúdo, informações e conhecimento que recebemos nos dias atuais, e por tanto canais comunicativos. A ideia é que cada participante possa desenvolver um conceito simples sobre qualquer tema e apresente um resultado em forma de obra de arte. Desta forma, podemos conectar o público com as artes, levar o conceito de que a arte está presente no nosso dia a dia e que ela pode ser usada para vários fins. De outra forma, permite aproximar o público com o fazer do artista e como tal oficio é valorizado, ou não.
QUEM PODE PARTICIPAR: todos e todas, de qualquer idade, gênero, religião, raça, nacionalidade, classe social, etc., basta trazer uma situação especifica, desenvolver o conceito da obra de arte e permitir sua exposição na data marcada.
SEGUNDA VISITA. MUSEU DA ZOOLOGIA - REGISTRO – FOTOGRAFIAS
Geralmente os museus estão cheios de regras e proibições, é claro que são necessárias para preservar as peças, quadros e diversas artes no lugar, porém, tal conhecimento fica um tanto distante e o publico fica num lugar mais contemplativo, tornando muitas vezes os museus pouco atrativos para uma parte da população.
O brincar nestes espaços pode ser um aliado para aprender se divertindo. Mas nem sempre é fácil quebrar regras e silêncios. Apresento algumas fotos ao imitar elementos expostos no museu, fora da vergonha de imitar, existe o olhar do público achando que somos loucos, mas a risada no final faz valer a pena.
TERCEIRA VISITA. PINACOTECA.
Fui felizmente surpreendida com a obra do artista Ernesto Neto na Pinacoteca. Algumas das suas obras propõem uma interação com o público. A curadoria do museu provoca reflexões e interação nos visitantes. Objetivos, desejos e energias se encontram. Depois da visita, me localizo fora do museu, coloco o cartaz de convite para o jogo e espero. Faço convites, as vezes ao vento, as vezes aos mentirosos, as vezes ao amor.
Ao conseguir arduamente completar um número razoável de participantes, começo a explicar o jogo. Cada participante se posiciona encima de uma folha que está no chão. A brincadeira consiste em fazer uma ronda com os participantes.
Na primeira rodada eu proponho uma palavra, a pessoa seguinte, terá que falar: XXX palavra me lembra a YYY (palavra), o seguinte falará: YYY (palavra) me lembra a ZZZ (palavra) e assim sucessivamente.
A seguir, iremos voltar falando: Eu falei ZZZ (palavra) porque você falou YYY (palavra), e assim até tentar chegar no início. Uma segunda rodada pode ser feita misturando palavra e gesto. Com este jogo se pretende trabalhar a memória coletiva. Ao finalizar, cada um é convidado a escrever na folha, ou as palavras com as quais participou, o fazer um desenho, ou estampar nela o que quiser compartilhar da experiência. O colhido nas folhas escrevo um cadáver esquisito2 que é apresentado aqui: 2 Cadáver esquisito é um jogo coletivo surrealista inventado por volta de 1925 na França. No início do século XX, o movimento surrealista francês inaugurou o método cadavre exquis (cadáver esquisito), que subvertia o discurso literário convencional. O cadáver esquisito tinha como propósito colocar na mesma frase palavras inusitadas e utilizar da seguinte estrutura frásica: artigo, substantivo, adjetivo e verbo. Outra curiosidade a respeito do método é que agrega mais de um autor. Cada um deles intervém da maneira que desejar, porém, dobrando o papel para que os demais colaboradores não tenham conhecimento do que foi escrito. O título do jogo provém do primeiro dos cadáveres esquisitos conhecidos "O cadáver esquisito beberá / o vinho novo, daí o nome do jogo".
Tan complementario como recordatorio: escucho, entiendo. …la propuesta con la que me muestro a la vida. Creo y me visibilizo y expreso y relaciono Fuerza Resistencia ¡El círculo a sostener! Sustentar Brazos. La unión La reu-nión. Não temos tempo Silencio, ignorância. Resistencia – cutucada. Bloqueio e dúvida. Resistencia em nossas mãos Nas mãos, lápis vermelhos Livros vermelhos Mãos de esquerda Mãos de direita Relacionamentos e força num espaço infinito Sapatos e flores? Ele brota no mundo rosa, ele vem carregado de luz, vem com a mirra, o incenso, o ouro, com o universo todo na sua cabeça, cabeça maior da rede Sustentar – sensação Espaço Espaço rosa e infinito vem de novo Anel, de dedo Forças, de resistência E todo finaliza? Na eternidade do ciclo, do círculo, do karma, da vida.
QUARTA VISITA. EXPOSIÇÃO NA ESTAÇÃO DO METRÔ SÉ – 50 ANOS DO METRÔ. REGISTRO – TEXTO
Desço na maior estação de metrô de São Paulo, a estação da Sé, e para minha surpresa me encontro com uma espécie de túnel do tempo. Ali, em pleno centro da cidade, com exatos 28 metros de profundidade de terra e cimento acima de mim, de nós, onde uma massa gigante de pessoas apressadas transita de um lado para outro, conectadas pela falta de tempo, pelo afã do dia, pelo horário perdido ou pelo tempo de sobra, existe uma possibilidade de pausa, de reflexão, de conhecimento. Me permito, me surpreendo, me alegro, me questiono e entro.
“A 28 metros de profundidade, a Estação debaixo da praça da Sé é, na verdade, uma gigantesca cruz de concreto, com braços de 136 metros de cumprimento e 30 metros de largura. Possui 3 níveis subterrâneos e tem um total de mais de 32 mil metros quadrados. Ali as pessoas vêm-vão-vem. [...] Tal vez pudessem ser flagrados movimentos curiosos. Desencontros ou ironias do destino que, por falta de narrador, caíram no redemoinho das histórias perdidas. Mas a palavra é mágica e reconstrói no papel algumas cenas.”
O percurso dentro daquela cápsula me faz refletir sobre muitas coisas que antes não tinha tomado consciência, mas que já tinha pensado. Realmente, qualquer lugar pode ser uma galeria, qualquer lugar pode ser um canal de comunicação, um exemplo disso são as paredes, sempre achei que elas têm todo o potencial para serem rabiscadas, escritas, pixadas, porquê deixa-las todas brancas ou cinzas? Elas são como papeis em branco, ao céu aberto, ansiosas por alguém olhá-las e deixar marcas na sua pele não orgânica.
Mas voltando para o metrô, aqui estamos: Estação memória. Assim é chamada a exposição que apresenta todo o percurso de criação do metrô, foi feita para comemorar 50 anos do maior transporte massivo da maior cidade de latino américa.
Durante seu percurso e leituras, vou me perdendo entre tempos passados e presentes... tento imaginar a São Paulo que descrevem: metade do século XIX, uma cidade quase toda ela alagada, povoada majoritariamente por indígenas, mulheres, algumas escravizadas, outras livres. Apresenta-se como potência de modernidade e o que antes era dominado pelos bandeirantes, começa a ser ocupada pela imigração europeia.
Em 1865 chegam os primeiros trens, mas já podem ser observados alguns problemas de mobilidade das pessoas que frequentem a cidade, será necessário pensar em um sistema maior, que traga os comerciantes, os trabalhadores, os novos escravos.
Mas, no fundo, quem irá renovar e modernizar essa cidade? Grupos de engenharia e consultoria são contratados para projetar as novas linhas, grupos estrangeiros, e de onde vem a mão de obra, grupos estrangeiros também. Como lidamos hoje com nossos migrantes? Esquecemos que eles ergueram esta cidade? Todas as fotografias que vejo aqui me levam a lembrar de todas e todos aqueles que migraram, que aportaram para o que hoje conhecemos como São Paulo, como Brasil.
“As ruas da pequena São Paulo de 1900 enchiam-se de fios e postes...
... A cidade tomou um aspecto de revolução. Todos se locomoviam, procuravam ver. E os mais afoitos queriam até ir à temeridade de entrar no bonde, andar de bonde elétrico!”
25 de maio de 1927, Oswald de Andrade.
O aumento da população anuncia um colapso na cidade, o planejamento de um transporte massivo e mais rápido era urgente, já que o bonde o os ônibus não eram suficientes para uma população que protestava pelas tarifas absurdas e o mal serviço. Século XX ou ano 2019? 1974, finalmente chegou o dia e o metrô é inaugurado. Mais de 10 mil pessoas foram pra rua para ver o momento da operação da linha entre Jabaquara e Vila Mariana, 6,5 Km de extensão. Foram vendidos exatamente 7.744 bilhetes. O metrô tinha expectativa de 5 mil usuários.
“Segundo uma nota de imprensa, uma pasta perdida com dinheiro e documentos foi devolvida intacta ao seu dono horas depois.”
O que se perdeu neste caminhar, rumo ao progresso?
Nas fotos vejo alegria, corpos se movimentando ao som da modernidade, do samba, da liberdade.
Curiosidades de alguns bairros da cidade que amo me chamam a atenção, e as deixo aqui registradas: - Barra funda. “Uma região de várzea ocupada com industrias e vilas operárias. Parte dos seus moradores seria composta por imigrantes da Itália, mas era muito significativa a presença da população negra no bairro, morando em cortiços e casinhas da região. Foi por essa ocupação que o bairro se tornou um dos principais redutos de tradições afro-brasileiras na capital. Onde hoje se encontra o Memorial de América Latina, havia o largo da Banana, onde ocorriam cultos religiosos, festejos e rodas de capoeira.” - Sumaré. “Propriedade de um padre que deixou a terra para duas ocupações. Sumaré é uma espécie de orquídea típica da mata atlântica. - Largo treze: “Encontra-se no bairro de Santo Amaro. O nome é uma homenagem a um santo italiano nascido no século VI e cuja imagem esteve presente em missa rezada pelo Padre José de Anchieta, às margens do Rio Jeribatiba, rebatizado no século XX como Rio Pinheiros. O nome do largo, por sua vez, assinala a data em que foi assinada a famosa Lei Áurea, que colocou fim ao regime escravista, vigente no Brasil até aquela data: 13 de maio de 1888. Se tornou um dos maiores redutos de tradições nordestinas, trazidas e preservada pela população migrante.” - Capão Redondo: “Capão indica uma região de mata situada entre regiões descampadas e Redondo indica o formato circular do conjunto de árvores daquele lugar.” - Alto do Ipiranga: “importante passagem para quem ia e vinha do litoral paulista e da serra do mar. Numa dessas viagens, no dia 7 de setembro de 1822 que o então príncipe regente, Pedro de Alcântara, proclamou, as margens do riacho do Ipiranga, a independência brasileira.” - Vila prudente: “No processo de ocupação do bairro, a presença de industrias e vilas operárias foi forte. Os irmãos Falchi, imigrantes italianos transformaram a paisagem predominantemente rural, de pastos e plantações de frutas numa paisagem mais industrial trazendo uma fabrica de chocolate no final do século XIX.” - Butantã: “No inicio do século XVII tinha a construção das primeiras instalações para moagem de cana-de-açucar da região. Depois de passar pelas mãos jesuítas e depois do Estado, foi escolhido, pelo isolamento pela várzea do rio Pinheiros para receber a equipe de pesquisas médicas conduzidas por Vital Brazil, nos últimos anos do século XIX.”
QUINTA VISITA. CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL. VAI VEM. REGISTRO – NARRATIVA E MEMÓRIA (áudio)
“O tempo livre em termos brasileiros pode ter como símbolo a rede e o violão.” A rede... une o continente, de norte a sul, une os povos, tece conexões, suporta o ser, reúne, acolhe, acompanha, mecaniza, faz dançar, faz sonhar, faz viajar. “A rede de pano que fabrica domina o pensar do operário e ele sonha com a rede a noite inteira. Fazer a rede enreda o corpo todo dia de quase todo o tempo de viver na trama do trabalho na oficina que tece a vida do homem na rutina de fazer o fio o pano a rede que à noite abrigam o meio corpo do operário cansado do trabalho de entretecer a vida com a rede a mesma vida a fio que um dia acaba e fazendo o pano um dia entra em pane e na paisagem carrega uma rede o reto do trabalho do homem morto.” Jose Inácio Parente. A trama da rede.
SEXTA VISITA. EXPOSIÇÃO NO SESC 24 DE MAIO – NORDESTE REGISTRO – VÍDEO
A exposição apresenta um sem número de expressões culturais desta basta região do Brasil. É possível ver dentro de uma região, um grande matiz de pensamentos, cores, gostos, vivências, diálogos, memórias. Uma miscelânea cultural tão diversa como a natureza mesma. Aquele caracol parecia nunca acabar, parecia mais um labirinto onde ecoavam risos, choros, lamentos, músicas, moderno e antigo, sem dúvida foi uma viagem cansativa, explosiva, forte e marcante. Tendo um objetivo especifico dentro do espaço pude ficar mais atenta às oportunidades para desenvolver a brincadeira sem deixar de me encantar com as obras apresentadas e sem deixar de interagir honestamente com as demais pessoas que ali estavam. A obra do artista Alcione Alves – Teile e saga do passinho, 2019. apresenta um casal dançando alguns passos de uma dança urbana nordestina. Algumas pessoas só observam a dupla dançar, penso que no fundo, invejam aqueles movimentos. Interajo com eles, provoco os espectadores com um desafio: vamos dançar que nem eles? Para isso temos duas possíveis respostas: sim ou não. E daí vai depender de mim quem topa ou não. A forma de fazer o convite e, obviamente do meu próprio envolvimento.
Funcionou. Foi assim, que no meio da exposição 3 pessoas dançamos que nem jogo de X-box, na frente de uma tela, imitando os passos provocativos que o casal de terras quentes dançava, como se fosse mamão com açúcar. Não foi o mesmo para a gente. Esqueci de perguntar o nome da moça que dançou com a gente. O cara do meu lado esquerdo era o José. Seu namorado foi quem gravou o vídeo. Casal fofo demais. Uma outra atividade surgiu no espaço. Ao ser uma exposição muito grande, com muitas telas e vídeos, alguns bancos estavam distribuídos no espaço. Duas vezes aconteceu de uma pessoa e eu irmos pegar um desses bancos ao mesmo tempo. Ambas vezes era um adulto acompanhado de uma criança. Na segunda vez que aconteceu, eu não duvide. Propus a brincadeira da cadeira. Perguntei para a menina que estava com o pai se sabia jogar e se queria jogar, o pai acompanhou e estimulou-a para responder a até brincar. Brincamos da seguinte forma. Uma cadeira para duas pessoas: pai e filha. Eu, de fora, cantava uma música.
Tive que improvisar uma música infantil colombiana, por mais que pensei em algo em português, nada veio à mente, de qualquer forma, não foi impedimento para conseguir fazer a brincadeira. Fizemos três rodadas, para poder fazer o desempate. Agradeço muito a atitude gentil e brincalhona da família. Eleonora e o pai (não perguntei o nome, fiquei com vergonha quando me dei conta disso) gostaram muito da intervenção, veio abraço, convite para teatro, troca de ideias, sorrisos.
CONCLUSÕES
• Penso que este tipo de espaços (museus, exposições, contato com arte) deixa as pessoas mais abertas. • Sinto que na hora que saem do espaço, a pressa toma conta e os arrasta novamente à vida louca. • Ainda existe muito medo nas pessoas da cidade quando alguém se aproxima para conversar. Novamente a questão tempo aparece para evitar o diálogo ou a escuta. • Se isso acontece num espaço vigiado, gostaria de conhecer as reações das pessoas na rua.
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