- Gabrielle Regia A. Fuzle Elahe Hasan -
O que é brincar?
Brincar é essencial na vida do ser humano. É o caminho por onde as crianças desfrutam da infância e seu direito ao brincar deve ser sempre garantido e realizado. Brincar é um termo genérico que agrupa uma série de atividades e comportamentos que satisfazem a criatividade e são a maneira da criança se expressar e se organizar.
Para Vygotsky (1987) o brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos.
Para a organização Play England brincar é “o que as crianças fazem quando seguem suas próprias idéias e interesses, do jeito deles e pelas razões deles”. Também descrevem o brincar como “o que as crianças fazem quando não é dito a elas o que elas devem fazer”.
Brincar é um processo psicológico, que possibilita o desenvolvimento e aprendizagem. Através da abstração da brincadeira a criança processa o que já foi aprendido e aquilo que é novo, juntando experiências, memórias e a imaginação. É brincando que a criança desenvolve novos significados e transforma conceitos já obtidos, o que é essencial para o desenvolvimento infantil.
O ato de brincar não está relacionado a ter brinquedos ou ter que ganhar novos brinquedos todo o tempo. É possível se divertir, e muito, criando os próprios brinquedos, imaginando, utilizando o espaço externo, explorando a natureza, a cidade e aprendendo, desta forma a não ser refém de suportes externos, neste caso um brinquedo novo, para a satisfação pessoal.
O que a criança ganha ao brincar?
Ao brincar, a criança se descobre e descobre o mundo ao seu redor. Através das experiências que vivencia ao explorar objetos, o ambiente, os sons, os cheiros, as cores, os sabores, o próprio corpo, a criança vai criando um elaborado emaranhado de descobertas, onde pode analisar, testar hipóteses, avaliar, etc. Ao brincar, a criança vai descortinando novas possibilidades e novas formas de fazer, ser, experimentar.
É através da brincadeira também que a criança compreende as dinâmicas sociais. Nas brincadeiras de faz de conta, onde brinca de ser mãe, pai, médico, bombeiro, a criança compreende o que é “ser” ou “estar” nestas funções e isto a prepara para a entrada na vida adulta.
Muitas vezes, são nestas brincadeiras, experimentando diferentes papéis sociais que a criança pode desabrochar aptidões, que futuramente podem guiá-la em suas escolhas futuras, como por exemplo, na escolha de uma profissão. Numa simples brincadeira em grupo, por exemplo, além do convívio social, as crianças tem a oportunidade de internalizar dinâmicas complexas que a preparam para a vida adulta, como por exemplo:
Resolver conflitos e enfrentar desafios;
Compreender e respeitar regras;
Conhecer seus próprios limites;
Experimentar situações diversas: agradáveis e desagradáveis, favoráveis e desfavoráveis;
Construção de vínculos afetivos
Cooperação;
Liderança;
Competição;
Além disso, quando brinca, as crianças têm a oportunidade de desenvolver:
a linguagem;
o pensamento;
a criatividade;
a socialização;
a iniciativa;
a autoestima;
A importância do Agente do Brincar
Sabendo da importância do brincar, fica muito clara a importância do Agente do Brincar. Um profissional qualificado e sensível no que diz respeito às questões do brincar. O Agente do Brincar não é um “brinquedista”, pois entende que a brincadeira é mais do que um recurso para passar o tempo. Sabe que ao brincar a criança se expressa, se compreende e significa o mundo ao seu redor.
Este profissional compreende que é preciso deixar acontecer o brincar livre, onde a criança tem a oportunidade de manifestar livremente sua criatividade, pensamentos, sentimentos e muito mais.
Numa sociedade tecnológica e frenética, o agente do brincar é capaz de fazer a diferença, na medida que é capaz de compreender sua importante posição e lutar para preservar o direito de brincar de todas as crianças.
Referências e fontes de pesquisa:
Comments