- GUILHERME PEREIRA ARROCETO -
Diante de tantas restrições morais, sociais ou religiosas, as pessoas de todos os cantos do mundo, principalmente de povos que deram origem à nossa nação (o indígena, o africano, o europeu), como de outras terras longínquas, as pessoas jamais deixaram de BRINCAR e foi através dela que grande parte das especificidades culturais foi transmitida para as gerações seguintes e conservadas até os dias de hoje.
Hoje em dia, é bastante comum nos depararmos com crianças que infelizmente não estão vivendo esse momento de interação, as brincadeiras tradicionais estão entrando em extinção. Num mundo cada vez mais globalizado , urbanizado, industrializado e informatizado, a tendência é que muitas brincadeiras tradicionais percam espaços nas preferências infantis.
Como antes dos anos 70, 80 e até mesmo 90, não existia o mundo na conexão digital (como as televisões, computadores, e os iPads), a socialização das crianças, jovens e adultos, aconteciam na rua. Local onde trocavam informações , entravam em conflitos, resolviam conflitos, se machucavam , riam , choravam, gritavam, brigavam, aprontavam, criavam, imaginavam,se respeitavam, ou seja , viviam a vida de uma forma muito intensa e saudável.
As brincadeiras tradicionais eram muito divertidas e aconteciam não somente na rua, como no jardim, quintal da casa , até mesmo dentro de casa, não tinha um lugar específico ou estratégico , qualquer espaço era possível criar algo para poder se divertir e entreter.
Foram diversas brincadeiras que marcaram minha infância e acredito que de muitos, as que mais me recordo foram: Taco, Queimada, Bricadeiras de cantigas de roda... São essas e outras muitas brincadeiras que me fez ser uma criança muito realizada, sonhadora, levada e criativa, razão pela qual acredito que me levou a exercer uma formação acadêmica muito importante na sociedade em que vivemos, a missão de ser um PROFESSOR. Como PAULO FREIRE, arte- educador, professor e filósofo brasileiro, nos ensina sobre a arte de ensinar...
Ao longo processo de minha formação em Letras, durante o curso ouvi diversos profissionais relatarem o quanto é difícil e cansativo exercer a profissão na real situação crítica que se encontra o nível educacional do nosso país. Porém, sempre acreditei e acredito que tudo tem uma solução basta confiarmos e fazermos a diferença.
Anteriormente, os professores eram entendidos como transmissores de conhecimento, detentores da verdade, e os laços entre alunos e professores quase não existiam. Os alunos não podiam expor, ter expressão e nem opinião, muitos deles eram até mesmo apelidados e muito menos podiam questionar se a metodologia utilizada era adequada.
Com o passar dos anos, a maneira como os professores atua mudou muito, estabeleceram laços mais fortes, com um mundo de informações as crianças já sabem muito e que podem partilhar vivências e experiências, saberes e gostos, ou seja, podemos trocar aprendizados e um aprende com o outro.
A todo momento o ser humano está em comunicação com outros seres, o mundo vive em comunicação e para participarmos desse mundo onde as informações circulam intensamente é necessário nos estejamos antenados nesse novo mundo de informações e tecnologias, para que possamos compreender e interagir em meio a sociedade em que vivemos. Tornando-se assim instrumento de ensino e aprendizagem. O aumento dos saberes, permite compreender melhor o ambiente sob seus diversos aspectos, como favorece o despertar da curiosidade intelectual, estimular o ensino crítico , permitir compreender o real, mediante a aquisição de autonomia e a capacidade de discernir.
Assim nessa concepção em relação ao ensinar, me fez e faz refletir sobre o que Leo Fraiman questionou em seu livro “Como ensinar bem a criança e adolescentes de hoje”. Como se faz ministrar uma boa aula? O que fazer para cativar a atenção dos alunos? De que modo posso me distanciar daqueles professores excessivamente críticos, desinteressados ou mal-humorados que tive e ser uma presença inspirador apara os meus alunos? Como posso ensinar bem? Nessa perspectiva, é arbitrário utilizarmos uma visão tradicionalista em que o aluno apenas aprenda com textos, uma vez que a socialização com o outro é a ponte para a transformação da informação contida no texto para assimilação do conhecimento.
Sendo assim, já não há mais espaços para certeiras enfileiradas, salas silenciosas e livros solitários sob a mesa, pois os mesmos devem ser substituídos pela interação pessoal, em que os pares interajam em torno de um objetivo comum. Diante dessas definições, o professor deve buscar o desenvolvimento de um conjunto de habilidades, que permita ao aluno fazer uso eficiente de suas capacidades. Com base em tal afirmação, e após de diversas praticas e didáticas diferenciadas , enfatiza-se que o BRINCAR (lúdico) em sala de aula é de suma importância.
É importante que a escola seja um espaço rico e estimulante de aprendizagens, que nela haja a presença do lúdico, onde o professor seja o mediador entre o aluno e o conhecimento, auxiliando o alunos a desenvolver imaginação, autonomia, conviver com as diferenças, a desenvolver os aspectos : físico, emocional, cognitivo e social. Proporcionando assim oportunidades para os alunos brincarem livremente, construindo relacionamentos positivos.
Sem dúvida o brincar é o estimulante para a vida. AMEI O TEXTO PARABÉNS! Continue nesse objetivo, pois seus alunos só tem a ganhar para saber viver e ver a vida dessa maneira "mágica" cheia de leveza que você transparece é maravilhoso.