- Barbara Cavalari Benedito -
Como beletrista e educadora que sou, concebo o ser humano como um ser de linguagem, um ser de potência, um ser dotado de experiências e plenamente capaz de ser, estar e interagir integralmente com o mundo ao seu redor de maneira única e singular. E, após frequentar o curso “Mediadores do Brincar Inclusivo”, percebo minha apreensão sobre esta singularidade do ser humano ainda mais potente e consolidada.
Vivenciando aula a aula brincadeiras e perspectivas sobre a inclusão e a pessoa com deficiência, pude construir em minha experiência de vida um olhar mais sensível para meus alunos, meus conhecidos e minha irmã, que convivem com a deficiência desde que nasceram. Pude consolidar de maneira leve e prazerosa que a deficiência não os define, mas apenas faz com que sua experiência neste mundo seja concebida de maneira diferente e ainda mais especial. Pude me politizar ainda mais e me atentar para prosseguir não estigmatizando, mesmo que inconscientemente, a palavra “diferença” como algo negativo, mas como a possibilidade de experimentar a vida de maneira única.
Entre muitas outras, minha principal bagagem nesta formação em Mediador do Brincar Inclusivo consiste em, diante do meu desafio em particular que é educar, afinar cada vez mais o meu olhar para o que este outro tem de especial e de potência e não para aquilo que ele eventualmente não pode fazer, o que costuma ser naturalizado mesmo nos discursos mais bem intencionados em relação às pessoas com deficiência.
E, hoje, decido que em minha prática não há mais espaço para o “aí, é difícil”, para o “não dá” e para o “eu não consigo”, mas para o “eu posso, quero e vou enxergar o que este outro consegue fazer e partirei daí”.
Espero que, pelas veredas que eu venha trilhar, possa propagar este aprendizado e sensibilizar outros olhares tanto quanto o meu próprio olhar foi sensibilizado.
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